Muitotem se discutido sobre as formas diretas e indiretas de avaliar o esforço físicode cada indivíduo. Pois, o controle da intensidade propicia a realização deum exercício seguro e ajustado aos objetivos de cada praticante, visando benefícios,em médio e longo prazo, com menor risco de lesões e sobrecargas. Entretanto,nota-se uma grande dificuldade para adequar os percentuais de freqüência cardíacae entender como utilizar a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE).
NoCiclismo Indoor (CI) a intensidadecorresponde à somatória de algumas variáveis como cadência da pedalada,resistência na roda, freqüência cardíaca, duração e técnica. Entretanto,o equipamento utilizado geralmente não possui indicador de carga ou potênciagerada. Sendo assim, o meio mais comum para prescrever e controlar a intensidadede esforço é a Freqüência Cardíaca (FC) (SILVA et al., 2004).
Amagnitude da resposta da FC é influenciada pela idade, posição corporal,aptidão cardiorespiratória, tipo de atividade, presença de doença cardíaca,medicações (tais como betabloqueadores), volume sanguíneo e fatoresambientais (MCARDLE, 2003). Ou seja, vemos aí um primeiro sinal de alerta parao controle da intensidade somente pela utilização desta variável.
Alémdisso, o controle da intensidade por meio da FC exige que cada praticante conheçao seu valor máximo e se possível os seus limiaresde treinamento, o que só é possívelcom a realização de avaliações funcionais específicas, tais como aergoespirometria e a medida do lactato sanguíneo. Como infelizmente, esta nãoé uma realidade da grande maioria dos praticantes, normalmente são utilizadasfórmulas de predição da FC máxima, sendo a mais comum (220 – idade). Ogrande problema é que essa equação apresenta um erro considerável, podendofuncionar bem para alguns e muito mal para outros (POLICARPO & FERNANDESFILHO, 2004).
Eisque surge a necessidade de utilizarmos fórmulas que levem em consideração aindividualidade e a especificidade de cada modalidade. Como exemplo, aequação desenvolvida por Jones (1985) para ciclistas homens e mulheres saudáveis,de
Umaalternativa mais simples é o controle da intensidade do exercício por meio daPSE, muito utilizada na fisiologia do exercício. Santos e Cunha Júnior (2006),por exemplo, analisaram uma sessão de Ciclismo Indoorem 20 mulheres de
Entreas escalas de PSE, as mais conhecidas são a escalas de 15 pontos, que varia de
Outraopção que parece se adequar bem ao CI é a escala OMNI-Ciclismo (figura 1) quepossui descritores visuais específicos do ciclismo e pode ter uma grande aplicaçãoprática na modalidade.
Figura1. Escala Omni- Ciclismo (ROBERTSONet al, 2004).
Contudo,podem surgir dificuldades na interpretação dessas escalas havendo necessidadede uma boa familiarização com o método. Isso exige que em alguns momentossejam utilizados métodos ainda mais simples para verificar o esforço de nossosalunos, tal como a Freqüência Respiratória (FR) que pode ser dividida emrespiração normal, ofegante, ou muito ofegante. Este método, que não évalidado cientificamente, se explica pois, com a maior demanda de oxigênio,principalmente em maiores intensidades de exercício, uma maior quantidade desangue chegará aos pulmões. Conseqüentemente,a produção de dióxido de carbono aumenta, fazendo com que o centrorespiratório (bulbo) seja estimulado a aumentar a freqüência respiratória (MCARDLE,2003).
Exatamentepor conta deste mecanismo que a FC normalmente apresenta grande relação com aFR e conseqüentemente com a PSE, sendo todos esses parâmetros importantes paracontrolar a intensidade no exercício cíclico.
Referências Bibliográficas
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